“Plano Tecnológico da Educação” ou como atirar milhões às janelas!!!

Acabo de ler no TEK Sapo, algumas das afirmações do coordenador para o PTE, Plano Tecnológico da Educação, talvez fosse melhor chamar de descoordenador, João Trocado da Mata.

Já na manhã de ontem, tinha ouvido o nosso “eloquente” primeiro-ministro que do alto da sua habitual arrogância, afirmava no seu tom sem sal, que as Escolas iam dispôr de banda larga de 48Mbps e que mais importante, iriam ser gastos cerca de €400Milhões, para ainda segundo o TEK, “A meta do projecto é colocar Portugal nos primeiros cinco países europeus com maior taxa de modernização tecnológica a nível de ensino.” Indica ainda o TEK, que “Outra meta prevista
pelo Plano é a colocação de um computador com ligação à Internet para cada dois alunos até ao final da década”.

Lamento informar o senhor primeiro-ministro e o seu descoordenador, que o governo regional da Extremadura Espanhola já há uns bons anos conseguiu esse objectivo e com bastante menos gastos, aliás o governo da Extremadura não ficou apenas pelo Ensino, toda a Administração Pública, incluindo Hospitais da região, usa Software Livre, nomeadamente a sua distribuição gnuLinex, baseada em Debian GNU/Linux e da qual descende a nossa Alinex, desenvolvida na Universidade de Évora.

“O Alinex foi desenvolvido na Universidade de Évora como resultado de uma parceria com a Junta da Extremadura espanhola, responsável pela versão GNU/LinEx “.

Provávelmente uma boa parte destes €400milhões irão parar aos bolsos da micro$oft, tal como descreve o Rui Seabra no artigo Concurso público com benefício exclusivo para Microsoft em toda a Administração Pública”, infelizmente para todos nós, mais uma vez o compadrio a que já estamos cada vez mais habituados se volta a fazer sentir.

Foiassim com a comissão técnica, CT173, e com certeza em mais situações que nem conheço.
Infelizmente quem fica a perder mais uma vez são os portugueses, porque vão desbaratar milhões que poderiam ser melhor aplicados ou noutro lado ou para adquirir mais hardware, ficam especialmente a perder os alunos portugueses, que em vez de começarem a habituarem-se a usar Software Livre e standards abertos, vão usar software proprietário caro e de qualidade duvidosa, que ainda por cima os aprisiona.
Estas decisões são cada vez mais escandalosas e nojentas, não haverá um pingo de seriedade em quem nos deveria governar?

“No Artigo 4º Critérios de Selecção, Ponto 3 declaram que para os lotes 1 a 5 (desktops e portáteis) são exigidos vários
componentes com descrições genéricas (até aqui muito bem) e depois obrigam a utilização do vender o Windows Vista Business, beneficiando exclusivamente uma empresa com posição dominante no mercado, e cujas actividades renderam já várias sentenças por abuso de posição dominante. Nos Artigo 8º Proposta, Ponto 7 e Artigo 10º Documentos que
acompanham a proposta, Ponto 2, Alínea d obrigam à utilização de um formato proprietário da Microsoft (o do Microsoft Excel, .xls).”
in Software Livre