Enquanto não chega a Revolução – Weekly News #3

Ora cá estou eu regressando de  três semanas longe de TV’s, rádios e jornais e muito especialmente da grande Rede, as interwebs ;); foi só Natureza, amigos, familiares e livros 🙂

É claro que todo este tempo afastado de todo o tipo de informação e desinformação tem um preço, toneladas de coisas para ler.
Sem qualquer ordem em especial, aqui ficam os resumos do que já li, começo no entanto por mostrar o meu repúdio por duas situações que me aconteceram durante este tempo.
Primeiro, é impressionante a cada vez maior falta de qualidade das salas de cinema por este país fora, já para não falar da treta do mercantilismo da coisa que agora para além de ter-mos de aturar o mastigar de pipocas ao longo do filme ainda temos de aturar intervalos, muitas das vezes feitos em momentos cruciais do filme, apenas e só para venderem mais pipocas e afins.
Uma das salas onde vi o Robin Wood, que sinceramente não achei nada de especial, os do Errol FLyn da minha juventude eram bem mais divertidos, como dizia, na sala onde o vi, os génios que a construiram resolveram não colocar um declive acentuado nesta, resultado, toda a gente com dificuldade em ler as legendas e ver a parte de baixo do ecrã, como não se encontrava cheia lá mudei de lugar.
E ainda acham estranho que o pessoal faça downloads e partilhe este tipo de ficheiros?

Parece no entanto que o sempre amigo e defensor da Banca e claro dos grandes interesses dos media de entretenimento e seus amigos, o putativo engenheiro e sus muchachos do DesGoverno se preparam para resolver a situação desagradável, não dos consumidores mas claro desses senhores todos poderosos, através da criação de “tribunais para a Propriedade Intelectual e para a Concorrência” [O Conselho de Ministros aprovou hoje uma Proposta de Lei que cria o tribunal de competência especializada para a propriedade intelectual e o tribunal de competência especializada para a concorrência, regulação e supervisão.]

O engraçado é que parece que os verdadeiros piratas são exactamente os senhores que passam a vida a queixarem-se da partilha.

Segundo, fui ao Jardim Zoológico de Lisboa, há muitos anos que lá não ia, fiquei decepcionado com a falta de condições do mesmo.
Em vez de terem gasto milhões que ainda hoje estamos a pagar em dois mega estádios de futebol em Lisboa, teria sido bem mais importante e interessante terem removido o Zoo do centro da cidade e com tal dando condições aos pobres animais e visitantes, uma vez que para lá ir de carro é para esquecer.

São poucos os animais que têm alojamentos condignos, pobres macacos, pobres elefantes e ursos, coitadas das aves, os leões marinhos e os golfinhos têm piscinas minusculas.

Seria uma fabulosa ideia a CML juntar-se a outra CM da periferia e começar a transferir o Zoo para outro lado com condições.
Os animais merecem-no.

Coloquei algumas fotos por aqui.

Indo agora ao que já li, apesar de ir fazer uma entrada só com coisas relativas ao mundo das novas tecnologias e ao Software Livre que será colocada no Nixware, não deixo de assinalar que a minha nota antes de férias sobre a possibilidade da Google tornar livre o seu formato de vídeo recentemente adquirido com a compra da On2, o VP8, tornou-se uma realidade e é apoiado entre outros pela Fundação Mozilla, o pessoal do Firefox e Thunderbird entre outros projectos, bem como pelo Opera e já se encontra disponível no projecto Webm e até a Google já começou a usá-lo no youtube, para tal têm de usar um browser que o suporte e activar o html5, versão developer preview do firefox (3.7a4webm) bem como as versões developer do Chromium e do Chrome (só pude testar a de GNU/Linux) bem como do Opera.

Perceberão que se trata de um video html5+webm se no video do youtube que estão a ver isso aparecer escrito no canto inferior da barra de informação.

  • O cerco à Rússia por parte dos EUA, o sonho do mentor de Obama, Zbigniew Brzezinski, parece estar a tomar forma com a instalação recentemente dos primeiros misseis Patriot na Polónia bem como do deslocamento de tropas das bases na Alemanha para a Polónia. Tudo isto a cerca de 60Km de Kaliningrad. É claro que isto só pode dar maus resultados, misseis de defesa implicam ataque, especialmente os tais ataques preventivos que os neocons tanto gostam, afinal de contas toda a estratégia militar pós-911 se concentra nesse tipo de ataques, incluindo nucleares. Não creio que Puttin ache muita piada à coisa.

Poland: U.S. Moves First Missiles, Troops Near Russian Border « Stop NATO

On May 26 Polish news media announced that the first American Patriot interceptor missile battery and 100 U.S. troops were officially welcomed by Defense Minister Bogdan Klich, U.S. Ambassador Lee Feinstein and Brigadier General Mark Bellini of U.S. Army Europe at a ceremony in Poland.

American troops, it was further reported, had arrived over the previous weekend from a base in Germany to unload over 37 railway cars and assemble the Patriots in the Polish town of Morag, only 60 kilometers from Russia’s northwestern border in the Kaliningrad district. Details concerning the Patriot deployment and the stationing of as many as 150 U.S. servicemen were finalized in a supplemental Status of Forces Agreement between Washington and Warsaw in February.

Supplanting the United States Constitution: War, National Emergency and “Continuity of Government”

In July 1987, during the Iran-Contra Hearings grilling of Oliver North, the American public got a glimpse of “highly sensitive” emergency planning North had been involved in. Ostensibly these were emergency plans to suspend the American constitution in the event of a nuclear attack (a legitimate concern). But press accounts alleged that the planning was for a more generalized suspension of the constitution.
(…)
Mann and Bamford did report that, from the beginning, two of the key COG planners on the secret committee were Dick Cheney and Donald Rumsfeld, the two men who implemented COG under 9/11.[6] What they and Weiner did not report was that under Reagan the purpose of COG planning had officially changed: it was no longer for arrangements “after a nuclear war,” but for any “national security emergency.” This was defined in Executive Order 12656 of 1988 as: “any occurrence, including natural disaster, military attack, technological emergency, or other emergency, that seriously degrades or seriously threatens the national security of the United States.”

BOOK LAUNCH: The Global Economic Crisis: The Great Depression of the XXI Century

This crisis is far more serious than the Great Depression. All major sectors of the global economy are affected. Factories are closed down. Assembly lines are at a standstill. Unemployment is rampant. Wages have collapsed. Entire populations are precipitated into abysmal poverty. Livelihoods are destroyed. Public services are disrupted or privatized. The repercussions on people’s lives in North America and around the world are dramatic.
Michel Chossudovsky, Chapter I.

  • É claro que não faltam notícias sobre a desinformação que se vai fazendo, nomeadamente pelos media ditos tradicionais, como o caso da Associated Press, relativamente à preparação do ataque de Israel e EUA ao Irão, para tal tudo serve, mesmo inventar supostos factos ou então distorcê-los ao máximo até caberem no objectivo de ligá-los ao desenvolvimento nuclear do Irão.

AP Ignores Science, Invents Iran ‘Coverup’ in Latest Speculation — News from Antiwar.com

Always long on suspicion and short on facts, the Associated Press’ George Jahn today leaked the story of “missing” chemical equipment in Iran, and quickly tried to link it to “nuclear warheads.”
(…)
Indeed, the whole story appears to exist purely in Jahn’s mind, as the IAEA is said to have no interest in commenting on the situation and even the quoted diplomats say the equipment was probably just taken to another site for maintenance.

  • Sobre o Peak oil de que já por aqui mencionei, nomeadamente através do documentário sobre Michael Ruppert, recomendo sem dúvida mais esta entrevista a este autor e claro recomendo também a leitura dos seus livros bem como de um livro que é apresentado como ficção mas que no fundo tenta chamar os bois pelos nomes, usando como fundo os diversos livros sobre o tema dos atentados do 11Set2001, trata-se de “The Shell Game” de Steve Alten, caso o descubram traduzido digam qualquer coisa. Confesso que apesar de ter conhecimento da possibilidade de o Peak Oil ser mais uma marosca por parte da Nova DesOrdem Mundial, não tenho dados concretos que me permitam decidir sobre o tema, como tal apenas posso olhar para as suas consequências e aquilo que podemos esperar de uma sociedade sem acesso a combustiveis fosseis. Chego à conclusão, excepto raras excepções como Michael Ruppert, que as pessoas ainda não se aperceberam do imenso problema a que a escassez de petróleo irá conduzir. O grande problema não será os combustiveis para os meios de transporte e máquinas, mas sim a falta de matéria prima para uma sociedade totalmente dependente do petróleo, onde desde pneus até ao mais simples recipiente faz uso dessa matéria prima. Esse sim será o problema mais dificil de resolver. Sem dúvida que a sociedade chiclet como lhe chamo, a do mastiga e deita fora, a dos ‘cleanex’ está, estará em causa, há que voltar às origens, usar quer a matéria prima quer os instrumentos de maneira racional, acabar com o desperdício do usar e deitar fora e passar à filosofia do arranjo. A sociedade tem de voltar a confiar nas comunidades pequenas mas que se entre-ajudam, há que transformar as cidades em novas aldeias comunitárias. E por certo retornar ao campo, diminuindo a pressão nas grandes cidades. Não será fácil mas creio que é o caminho a trilhar se queremos construir uma nova sociedade mais justa e equilibrada respeitando mais o planeta que nos acolhe, preparando-nos para mais altos voos.

The sinking Titanic: interview with Michael C. Ruppert

In our world a farmer drives an oil-powered machine to plow fields. He or she then drives another oil-powered machine to plant seeds. Water for irrigation is — in most cases — pumped by electricity generated by coal, natural gas, and oil. Germany has made great strides in electrical generation through Feed-in-Tariffs which have exploded solar and wind generation but they do not resolve the whole equation. After seeds are planted and irrigated the crops are then sprayed with pesticides (derived from oil) and fertilizers (produced from natural gas). To harvest the crops the farmer then drives another oil-powered machine. Then oil is used to transport the food to processing plants and for subsequent distribution. Food is often wrapped in plastic (also oil) and frequently treated with chemical additives also derived from oil and gas.

Globalization has only compounded the issue by shipping food all over the world (wasting oil) for the sake of profit rather than sustainability. I live in California and can go to a market and find strawberries from Chile while Southern California grows great strawberries. This pattern is the same for most food consumed in industrialized countries. This only happened because cheap labour costs and less-stringent regulation became more important than common sense. Money overcomes logic every time. But just watching globalization end will not solve the problem. As I have said for years, globalization dies with cheap energy. There’s little point in fighting it anymore unless the struggle is in pursuit of a unified energy vision.

War on whistle-blowers intensifies – Glenn Greenwald – Salon.com

The Obama administration’s war on whistleblowers — whose disclosures are one of the very few remaining avenues for learning what our government actually does — continues to intensify. Last month, the DOJ announced it had obtained an indictment against NSA whistleblower Thomas Drake, who exposed serious waste, abuse and possible illegality.

 Then, the DOJ re-issued a Bush era subpoena to Jim Risen of The New York Times, demanding the identity of his source who revealed an extremely inept and damaging CIA effort to infiltrate the Iranian nuclear program.  And now, as Politico‘s Josh Gerstein reports, an FBI linguist who leaked what he believed to be evidence of lawbreaking is to receive a prison term that is “likely to become the longest ever served by a government employee accused of passing national security secrets to a member of the media.”

Fico-me por aqui, dentro de dias acrescento mais uns quantos artigos, será um Weekly News #3.1 😉

Powered by ScribeFire.

Enquanto não chega a Revolução – Weekly News #2

Ora esta semana a revista vai ser mais curta, até porque até ao início do mês de Junho o blog não vai ter actualizações….
Uns bons tempos longe da rede vão fazer bem e quando regressar, pode ser que a Revolução já tenha começado, quanto mais não seja a da grande rede usar tags vídeo no HTML 5 com o codec VP8 que espero a Google venha a colocar sob licenças livres.

https://i0.wp.com/www.wallpaperez.net/wallpaper/games/World-in-Conflict-623.jpg

via wallpaperz

IOL Diário – Ricardo Rodrigues eleito para Conselho Superior de Segurança Interna

Ricardo Rodrigues, o deputado do Partido Socialista que nesta quarta-feira se viu envolvido num caso denunciado pela revista «Sábado», que o acusa de ter furtado dois gravadores a jornalistas, foi eleito para o Conselho Superior de Segurança Interna.

  • Ainda nesta onda de putativos ditadores, parece que o caro Sarkozy resolveu asneirar mais uma vez e como tal lembrou-se de pedir legislação que tornará por certo a sua vidinha, a da sua bela e rica esposa e da corja das mega-indústrias de entretenimento mais felizes. Lembrou-se esse senhor e sua trupe de “penalizar os internautas que não controlem o acesso de terceiros aos seus computadores e que, desta forma, permitam downloads ilegais a partir dos mesmos.”; É claro que isto não é inocente e tem diversos propósitos entre os quais tentar corrigir à bruta e estupidamente a anterior lei Hadopi que já era um aborto e que considerava a todos os franceses como criminosos ainda antes de se provar se haviam cometido algum crime. Com esta o fantoche Sarkozy pretende que o vulgar cidadão consiga as seguintes proezas, que ao contrário de mega empresas como a Google, Microsoft, a banca em geral e até Governos de todo o mundo, o vulgar cidadão não permita que a sua rede ou computadores sejam invadidos por crackers ou utilizadores compulsivos de downloads supostamente ilegais; pretende ainda que mesmo que o cidadão não faça a mais pequena ideia de como funcionam os equipamentos ou sequer que saiba programar e tenha ainda acesso ao código fonte de aplicações e sistemas proprietários e fechados os possa corrigir ainda assim de falhas zero day. É claro que o plano será bem mais abrangente quando existir a harmonização deste tipo de abortos legislativos na UE, permitindo depois usando o ACTA bloquear fontes de informação não filtrada como o Wikileaks e Cryptome. Como se pode verificar a loucura e a estupidez humana não tem nem limites nem fronteiras.

TeK > Notícias > Internet > França vai responsabilizar internautas que não vigiem o PC

A entrada em vigor da legislação que prevê a suspensão da ligação à Internet após três avisos, relativos ao download de conteúdos protegidos por direito de autor, está pendente de alguns desenvolvimentos, entre os quais o relacionado com o princípio da responsabilização.

Com o decreto sobre a “negligência”, o Governo de Sarkozy quer evitar argumentos que impediriam a aplicação da lei, mais precisamente a possibilidade do titular de uma conta de acesso da qual tivessem sido feitos downloads negar a autoria dos mesmos.

PSP relata “cadastro” político de não arguidos em processo – JN

Este é um dos casos que levanta questões sobre como a PSP recolhe e trata dados dos cidadãos, sendo certo que a lei proíbe “o tratamento de dados pessoais referentes a convicções filosóficas ou políticas, filiação partidária ou sindical”. O docente Paulo Henriques faz uma declaração de fé: “Quero crer que as actividades de recolha e tratamento de dados que as polícias desenvolvem têm lugar no estrito cumprimento da lei”.

O JN questionou a PSP, mas esta não quis fazer “qualquer tipo de comentário”. Dos quatro advogados dos arguidos contactados, pronunciou-se Alexandra Ventura, que contestou que a PSP “registe e interligue informações de pessoas que nada têm a ver com o processo”.

  • Isto desta vez é muito centrado aqui no rectângulo, como tal se têm filhos na escola ou se conhecem a negociata dos computadores Classmate Magalhães, recomendo sem dúvida a análise do Rui Seabra da ANSOL, ao pseudo-concurso que desta vez foi levado a cabo. Na primeira nem sequer houve concurso e agora só com muito boa vontade é que se pode designá-lo de tal.

Software Livre no SAPO » Blog Archive » Análise ao concurso do Magalhães 2

Enquanto que se deve apoiar a decisão de ter lançado um concurso público, o que é uma evolução muito positiva em relação ao primeiro Magalhães, este não é um concurso público que deva ser apoiado.

Várias vezes solicitamos ao Ministério da Educação uma reunião para discutir as aparentes ilegalidades encontradas, mas nem sequer uma rejeição explícita obtivemos. Sim, nem sequer a resposta “obrigatória em X dias úteis” foi obtida.

  • Parece que cada vez mais diversas pessoas que têm chamado à atenção para a catástrofe que por aí vem vão tendo razão, entre as quais Michael C. Ruppert (recomendo mais uma vez que vejam a entrevista Collapse e leiam o livro bem como o Crossing the Rubicon) e Gerald Celente. É óbvio que grande parte da catástrofe é completamente controlada pela corja que já muitos de nós têm conhecimento, prepare-mo-nos pois para o fim da civilização do petróleo e lembre-mo-nos que substituí-la não irá ser fácil e que demorará no mínimo trinta anos. Não nos podemos esquecer que está em marcha a criação da Nova (Des)Ordem Mundial e com ela a constituição de um governo e como tal também uma moeda mundial, por isso mesmo há que destruir o Dollar e o Euro.


Gerald Celente on Greece: People will rise against bank bailouts globally


Celente: Banks gambling with taxpayer money


CrossTalk on Greece: Euro – too big to exist?

Bolsa americana em pânico: Dow Jones baixa 4,49% e Nasdaq 4,47%

A bolsa de Nova Iorque intensificou o movimento de baixa das cotações, inquieta com a dívida pública na Europa, com o índice Dow Jones a perder 4,49 por cento e o Nasdaq 4,47 por cento.

Os índices diminuíram o ritmo de descida, mas o Dow Jones chegou a perder mais de nove por cento em apenas alguns minutos.

  • Termino com um link para um interessante artigo que faz um apanhado de quem na realidade é o Vice-Presidente dos EUA, Joe Biden. Leiam porque é deveras elucidativo uma vez que este senhor está em tudo o que diz respeito aos diversos ataques aos mais básicos direitos dos cidadãos dos EUA, como por exemplo a Privacidade.

Joe Biden’s pro-RIAA, pro-FBI tech voting record | Politics and Law – CNET News

By choosing Joe Biden as their vice presidential candidate, the Democrats have selected a politician with a mixed record on technology who has spent most of his Senate career allied with the FBI and copyright holders, who ranks toward the bottom of CNET’s Technology Voters’ Guide, and whose anti-privacy legislation was actually responsible for the creation of PGP.

That’s probably okay with Barack Obama: Biden likely got the nod because of his foreign policy knowledge. The Delaware politician is the chairman of the Senate Foreign Relations committee who voted for the war in Iraq, and is reasonably well-known nationally after his presidential campaigns in 1988 and 2008.

Powered by ScribeFire.

E acham estranho que Portugal esteja à beira de uma catástrofe?

Ainda antes da revista semanal, não posso deixar de colocar esta questão depois de ter lido estes cinco artigos que a seguir cito.

Começo pelas asneiras, passo pelos resultados e acabo naquele que dá pistas inteligentes sobre o BOM investimento que poderia e deveria ser feito neste país.

Ficam ainda aqui links para diversos videos sobre o tema.


TGV – parte 1 – os grandes erros do projecto


I – TGV – Programa Radar de Negócios RTP

O que algumas pessoas estão a fazer a este país é um autêntico CRIME, como tal espero que um dia, sejam tratados como tal, quanto mais cedo melhor.

Jerónimo e Louçã dispostos a salvar TGV de Sócrates – Economia – DN

No caso do PCP, Jerónimo de Sousa disse ontem ao DN que os comunistas estão “dispostos a ajudar” o PS a rejeitar a proposta avançada pelo CDS, na condição de “o projecto do Governo compreender uma visão de investimento nacional e se a sua execução incorporar a produção nacional”. “Nós analisámos as grandes obras projecto a projecto e, no caso do TGV, considerámos que se trata de um projecto importante para o País”, recordou.
(…)
Quanto ao líder do Bloco de Esquerda, recordou ao DN que sempre defendeu “que deve haver uma ligação ferroviária de alta velocidade entre Portugal e a Europa”. Mas, se há do BE disposição para que a obra avance, o partido também deixa uma condição: “A nossa orientação não mudou, mas consideramos que é preciso analisar a forma e os prazos em que vai realizar-se”, sublinhou Louçã, assegurando que o Bloco ainda não definiu a posição que vai tomar.

Bloco de Esquerda rejeita suspensão do TGV – Política – PUBLICO.PT

O responsável do BE justifica a sua posição com dois argumentos: o país “precisa de um reforço de investimento que crie emprego, controlado, qualificado, ponderado, mas que seja decisivo na animação económica” e necessita da ferrovia, “por razões ambientais, económicas e por uma estratégia de desenvolvimento do sistema de transportes.

Jornal de Negócios Online

A bolsa nacional acentuou a tendência de queda, depois da agência de notação financeira ter alertado para a possibilidade de reduzir o “rating” da dívida pública em dois níveis. O PSI-20 que já tinha conseguido atenuar as quedas da manhã, segue novamente a perder mais de 2%.

Moody’s avisa para corte de ‘rating’ de Portugal | Económico

A Moody’s colocou a nota de crédito Portugal sob revisão e avisa que poderá baixar o ‘rating’ em um ou dois níveis brevemente. A agência de notação financeira tinha a dívida portuguesa com ‘outlook’ negativo desde Outubro e poderá descer o ‘rating’ de Aa2 nos próximos três meses. A agência explica a medida com a recente deterioração das finanças públicas e com os desafios de longo prazo para o crescimento económico

Após estas asneiras todas e algumas das suas consequências, chamo agora a atenção para este texto, que coloca muitas destas afirmações totalmente em causa, nomeadamente pérolas como as de Louçã quando afirma “por razões ambientais, económicas e por uma estratégia de desenvolvimento do sistema de transportes.”

Leiam-no todo porque é muito elucidativo do que se está a passar com a negociata do TGV.

Existem Alternativas melhores ao TGV. As 10 Falácias do TGV. « Mega Projectos em Portugal

Eu sou a favor do TGV. Não sou um neo-ludita, antes pelo contrário. Ganho a vida a fazer, usar, ensinar, vender tecnologia. Sou luso-francês, tenho amigos que desenvolvem software de controlo para o TGV francês e belga, trabalhei em empresas que poderão lucrar com o TGV português. Sou a favor que uma tecnologia de transporte ferroviário rápido e eficiente seja uma realidade em Portugal. Mas, não a qualquer custo, e muito menos pelos valores que estão a ser apresentados aos contribuintes portugueses. Não desta forma.
(…)
Seja como for, o TGV ainda não é uma realidade palpável (felizmente adiado, vamos ver de que forma e como). Mas, pensemos bem no que está em jogo: só as obras de TGV actualmente planeadas:
TGV Lisboa-Madrid (3500 milhões),

TGV Lisboa-Porto (4000 milhões)

totalizam portanto cerca de 7500 milhões de euros, isto para não falar do recém-anunciado TGV Porto-Vigo, acertado na última conferência luso-espanhola em Zamora, e das linhas Faro-Huelva e Aveiro-Salamanca que para já, estão fora do pacote. O TGV corresponde portanto, a um investimento de cerca de 4,6% do PIB português (quase 6 vezes o  investimento anual em I&D feito em Portugal, que se cifra nos 0,78% do PIB).

O valor real do investimento, esse, saber-se à depois da obra feita e das inevitáveis derrapagens orçamentais (que nos projectos internacionais de TGV excedem em média os 30%).

(…)

Este negócio do TGV interessa a toda a gente, menos ao contribuinte e aos portugueses em geral. Fazendo a declaração dos interessados:

  • Gabinetes de projecto, para quem o TGV ainda antes de o ser, já o era em projectos, estudos, estudos aos estudos, obviament auto-justificativos. Afinal existe um conflito de agência , entre quem os faz e o objecto de estudo. (A autoridade de quem faz o estudo é crucial como se viu no caso aeroporto da OTA versus Alcochete, que acabou por ser realizado no LNEC. Porque não um estudo TGV versus outras soluções e alternativas?)
  • Gabinetes de consultadoria de planeamento de transportes.
  • Empresas portuguesas e estrangeiras de engenharia e projectos.
  • Às construtoras civis que agora com a crise no imobiliário e contracção do sector privado estão à brocha e a usar a força de lobb para forçar obra pública.
  • Às empresas estrangeiras que vão vender a consultoria, o material circulante e outro equipamento operacional, em modalidade chave-na-mão e com engenhosos esquemas de vendor lock in. Afinal de contas, uma pipa de massa, que os franceses ou os alemães vão fazer à nossa custa … mérito próprio da suas campanhas junto de Bruxelas e São Bento.
  • Às empresas de distribuição e de produção de electricidade (sim é verdade, o TGV consome uma quantidade significativa de energia e nem sequer é um meio de transporte particularmente eficiente face à ferrovia tradicional.)
  • Aos proponentes à concessão, que terão salvaguardados os seus interesses, visto que o estado pagará durante o período em causa o diferencial entre a lotação e capacidade máxima – é uma espécie de portagem ferroviária, em que os comboios andaram sempre virtualmente cheios, mesmo que na realidade estejam vazios.
  • Aos vendedores de créditos de carbono, que sabem que o país terá de importar mais carvão e gás natural para alimentar a rede de TGV.