Acabo de ler um interessante artigo sobre a nova arma de propaganda governamental assente no seu emblemático mas catastrófico “plano tecnológico”.
É a primeira vez que leio um artigo sobre informática aqui pelas nossas bandas, onde o jornalista coloca questões pertinentes e faz um apanhado do que se passa um pouco por todo o mundo e pela história deste tipo de sistemas.
São interessantes as questões levantadas pelo artigo.
Porque recaiu a escolha sobre o sistema apresentado pela Intel, não tendo existido nenhum concurso e ainda para mais quando este sistema tem mais limitações que o OLPC?
Porque fica a Intel como conselheira técnica do Ministério responsável pelo projecto?
Será que ajuda a microsoft já estar na cama com os diversos governos que temos tido, afinal por alguma razão se chama wintel ao monopólio.
Desde quando cabe na cabeça de algum governante entregar a nossa autonomia e o nosso poder decisório a uma multinacional?
Afinal qual é o custo final de cada equipamento? Quanto irá custar por cada aluno?
A verdade é que desde sempre o Classmate teve como objectivo único a utilização de software da microsoft, ao contrário o OLPC, sempre teve o objectivo de usar e difundir o Software Livre, ainda que agora também possa fazer uso do sistema da microsoft.
Agora que tanto se fala de poupar energia, de usar energias renováveis e que tanta propaganda este governo faz ao tema, mais uma razão para escolher o OLPC, este gasta bastante menos energia que o Classmate/Magalhães e tendo ainda a vantagem de usar energias alternativas como por exemplo a solar e ainda através de manivela.
Já para não mencionar que a nível de redes mais uma vez o OLPC está à frente, usando por exemplo a tecnologia Mesh, que é «é uma outra forma de transmissão de dados e voz além das redes a cabo ou wireless ou seja, uma rede Mesh são vários nós/roteadores e cada nó está conectado a um ou mais dos outros nós. Desta maneira é possível transmitir mensagens de um nó a outro por diferentes caminhos.»
Já não nos chegava os esquemas e bandalheira que temos tido e continuamos a ter com a microsoft, junta-se agora a sua aliada desde sempre, a intel.
Triste país este que entrega o seu futuro a multinacionais estrangeiras.
Não será posta em causa a Soberania do país quando delegamos em multinacionais, ainda por cima que não são portuguesas, a defesa dos nossos interesses?
Este governo vai ficar num futuro próximo conhecido como o governo que hipotecou o futuro dos portugueses nas áreas tecnológicas, especialmente na área da TI.
Senão vejamos, a microsoft representou o país a nível internacional, na ISO, relativamente ao processo fraudolento do m$-ooxml, a microsoft é escolhida para “n” projectos através de simples acordos e sem qualquer concurso, a microsoft é a escolhida para implementar sistemas de defesa no nosso país, ao ser parceira do Ministério da Defesa, agora chega a vez da intel ser escolhida sem qualquer concurso e mais uma vez este governo escolhe o pior produto a troco não se sabe muito bem do quê.
Mas será que a corrupção e compadrio que grassam por este país fora, alguma vez irão ter fim?
«A boa notícia é que Portugal está a apostar na tecnologia, colocando-a à disposição das crianças. Mas o que não é claro é o método. Para além disso, é estranho que a Intel fique como conselheira tecnológica do Ministério responsável. Será que convidariam a Opel para conselheira da indústria automóvel?», questiona, assumindo a perplexidade: «Há aqui uma perda de autonomia de escolha no futuro. Para além disso, não foi bem esclarecido a verba dispendida por cada aluno. Não me parece que tenha sido um processo totalmente transparente».
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